Fátima Bezerra
DO NOVO JORNAL
O Dia Internacional da Mulher, 08 de Março, tem origem nas manifestações dos movimentos de mulheres por melhores condições de vida, buscando trabalho digno, salários justos e direito ao voto. As ações organizadas das mulheres tem sido decisivas para articular o caminho da igualdade entre gêneros que, apesar dos avanços, ainda não garante a participação igualitária das mulheres na cena pública.
A representação das mulheres em cargos de direção e decisão política ainda é pouco expressiva em nosso país. Mas é importante destacar que a presidenta Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher a assumir o cargo máximo da nação brasileira.
Em 08 de Março de 2014, as mulheres continuam se organizando em grupos, sindicatos, na política, no mercado de trabalho e refletindo sobre a questão da emancipação feminina, lutando para garantir o direito de escolha, pela desconstrução do olhar da sociedade patriarcal e fazendo o enfrentamento a todas as formas de preconceitos, de desigualdade de gênero e, principalmente, combatendo a violência contra a mulher, que é uma questão grave na nossa sociedade.
Outra demanda que passou a ser incorporada à luta feminista foi o direito à educação. Os movimentos atuam firmemente na perspectiva de afirmar uma educação para a igualdade, onde as instituições de ensino construam práticas pedagógicas voltadas para uma educação inclusiva, não sexista, não discriminatória, não racista e capaz de desconstruir os estereótipos que enquadram papéis masculinos e femininos.
Neste dia, temos que comemorar as conquistas no mercado de trabalho, de mais creches do Proinfância para nossos filhos, a Lei Maria da Penha, a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, dentre outras. Em Natal, merece destaque uma grande conquista que foi a manutenção da Secretaria de Política para as Mulheres - SEMUL, agora com caráter de secretaria especial, vinculada diretamente ao gabinete da Prefeitura do Natal. Queremos saudar a sensibilidade do prefeito, movimentos e parlamentares que encaparam essa luta desde o início.
Consideramos o Programa Bolsa Família um avanço importante, que colabora para o empoderamento das mulheres, onde 90% das beneficiadas são do sexo feminino. Esse programa proporcionou às mulheres mais pobres desse país a conquista “do direito de escolha”, a liberdade de decidir se permanecem no seio da sua família criando os seus filhos, ou se vão ser exploradas em trabalhos precários criando “os filhos dos outros”. Isso sem falar na melhoria da qualidade de vida dessa família, visto que para ter acesso aos benefícios crianças devem estar na escola e com a carteira de vacinação atualizada.
O desafio é continuar a luta pelo empoderamento das mulheres nos espaços de poder, por mais Delegacias das Mulheres, por mais investimentos em políticas púbicas para as mulheres. Precisamos dizer que “queremos uma Reforma Política já”, com mais igualdade entre homens e mulheres e com financiamento público de campanha.
“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” Rosa Luxemburg
Fonte: Novo Jornal